Atitude de Vini Jr pode facilitar um pouco a vida de Endrick no Real Madrid

Nesta segunda-feira (25), o atacante da Seleção Brasileira e do Real Madrid, Vini Jr, concedeu uma entrevista coletiva antes do amistoso entre a Canarinho e a Seleção Espanhola, que será realizado em Madri, no Santiago Bernabéu. Durante a coletiva, o brasileiro desabafou e se emocionou ao falar do combate ao racismo – causa que Vini Jr é visto como símbolo de resistência para todo um povo. Além disso, o brasileiro revelou estar “meio sozinho” na luta.

É importante ressaltar que o amistoso entre as duas seleções foi marcado justamente por conta dos atos racistas destinados ao jogador brasileiro na Espanha. A CBF, por sua vez, divulgou o confronto com a campanha “Uma só pele, uma só identidade”, com o objetivo de reforçar a luta contra o racismo no futebol e na sociedade.

Apesar da interessante iniciativa da CBF, não há qualquer previsão de mudança positiva por parte dos espanhóis com relação ao racismo sofrido por Vini Jr, repugnante situação que se agrava cada vez mais. Diante da situação, o jogador demonstrou-se, mais uma vez, indignado com a falta de punição, mesmo após diversas denúncias realizadas.

“É cada vez mais triste. Cada vez eu tenho menos vontade de jogar. Acredito que seja muito triste tudo que eu venho passando a cada jogo, a cada dia, a cada denúncia vai aumentando. É muito triste, não só eu, mas todos os negros que sofrem no dia a dia. O racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros passam no mundo. É desgastante estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido”, iniciou Vini.

Além disso, Vini Jr falou sobre a sua desgastante situação vivida na Espanha, destacando que possui apenas 23 anos e que viveu tudo muito rápido em sua vida, sendo vendido e, consequentemente, saindo muito jovem do Brasil, com 18 anos de idade.

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“Acredito que eles têm que falar menos de tudo o que eu faço de errado dentro de campo, é claro que tenho que evoluir, mas tenho 23 anos, é um processo natural, saí muito jovem do Brasil, não pude aprender tantas coisas. Por que os repórteres da Espanha, que são mais velhos do que eu, não podem estudar e ver o que realmente está acontecendo? Cada vez estou mais triste, cada vez tenho menos vontade de jogar, mas vou seguir lutando”, afirmou.

Como atitude de Vini Jr pode facilitar Endrick no Real Madrid?

No final de 2023, quando foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, Endrick concedeu uma entrevista exclusiva ao ge. O jovem contou que foi alvo de racismo quando era mais novo: “Racismo é uma coisa forte. É difícil para nós falarmos. É triste ver isso. Eu sofri, sim, quando tinha 9 anos em Brasília. Minha tia foi à Polícia, fez boletim (de ocorrência) e não deu em nada.”

Em julho, quando completa 18 anos, Endrick se juntará ao elenco profissional do Real Madrid ao lado de craques como Rodrygo, Bellingham e, claro, Vini Jr. O constante combate de Vini ao racismo pode “facilitar” a vida de Endrick em solo espanhol; no entanto, não dá nenhuma garantia de que Endrick não possa ser alvo dos espanhóis, visto que é um jovem negro e brasileiro.

Vini Jr, na entrevista coletiva desta segunda-feira, elogiou Endrick. O jovem de 17 anos marcou o seu primeiro gol com a camisa da Seleção Brasileira no confronto contra a Inglaterra. Além disso, Vini Jr afirmou que sempre estará à disposição para ajudar o atacante revelado na base do Palmeiras.

“Muito feliz de ver o Endrick fazendo o seu primeiro gol na Seleção e eu acompanhando de perto. Encontrei ele com 15 anos e ele tinha os mesmos sonhos que tem agora, de ser muito feliz, fazer grandes coisas no futebol. Por chegar aqui com 18 anos, é importante ter essa tranquilidade, é o maior clube do mundo, tem muita pressão, muitas pessoas falando bem e mal de ti. Espero que ele possa fazer tudo de melhor. Se ele estiver bem, eu vou estar bem, se eu estiver bem, meus companheiros estarão bem. Se meus companheiros estiverem bem, o clube vai estar bem. Espero que ele possa ter tranquilidade, vou estar aqui para ajudá-lo em tudo”, concluiu Vini.

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