Abel Ferreira chegou ao Brasil como um desconhecido. Em novembro de 2020, ele desembarcava em São Paulo para treinar o Palmeiras – no que era considerado uma “aposta ousada” da diretoria. Ousadas, também, foram as primeiras palavras do português como treinador do alviverde: “Venho para fazer história aqui, para ganhar títulos”.
E ele cumpriu. Dois anos e meio depois, Abel já se tornou o segundo treinador com mais títulos (8) pelo Verdão, e o primeiro com mais finais disputadas (11) pelo clube. Foram duas Libertadores (20 e 21), dois Paulistas (21 e 22), um Campeonato Brasileiro (22), uma Copa do Brasil (20), uma Recopa Sul-Americana (22) e uma Supercopa do Brasil (22).
O português de Penafiel é considerado, por muitos, uma mistura entre os treinadores mais bem-sucedidos dos últimos tempos no Palmeiras. Isso porque Abel reúne as principais conquistas de Vanderlei Luxemburgo – que venceu 5 paulistas e 2 brasileiros, mas nunca conquistou a Libertadores, e de Luiz Felipe Scolari – que conquistou uma Libertadores, um Brasileiro e duas Copas do Brasil, mas nunca foi campeão paulista. Dos títulos que Felipão e Luxemburgo tem, Abel só não conquistou dois campeonatos que não são mais disputados – a Copa Rio-São Paulo e a Copa Mercosul.
Abel não era o preferido
Mas o treinador nem sempre teve essa grife toda. Abel Ferreira não era o nome favorito do Palmeiras para substituir Vanderlei Luxemburgo, demitido em outubro de 2020. O português foi a quarta opção do clube, e só foi procurado depois das recusas de Miguel Ángel Ramirez, Jorge Sampaoli e Gabriel Heinze. Ao ser contratado, Abel chegou com a desconfiança da torcida e da imprensa, que não o conhecia. Ele mesmo lembra: “Tive que trabalhar muito, porque toda gente desconfiava. ‘quem era este Tuga que vinha do PAOK’ (da Grécia)”.
Hoje, depois de cravar seu nome como um dos maiores treinadores da história do Palmeiras, Abel é alvo de propostas de vários clubes, como ele mesmo confessou na coletiva que deu após o título do Paulistão. É até cotado por muitos para ser o próximo técnico da Seleção Brasileira. Mas já disse que pretende cumprir seu contrato na Academia de Futebol, até o final de 2024: “Tenho contrato e minha intenção é cumpri-lo. Como te disse, me sinto muito bem aqui”.
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