Goleiro argentino admite fraude na Copa do Mundo
Décadas se passaram e a Copa do Mundo de 1978 segue sendo uma das maiores polêmicas da história do futebol. O histórico jogo em que a Argentina goleou o Peru por 6 a 0, precisando golear para seguir na competição, é uma incógnita até mesmo para aqueles que estiveram em campo.
Em entrevista concedida em 1998, o goleiro Ramón Quiroga, que nasceu na Argentina, mas defendeu o selecionado peruano no torneio, afirmou que “naquele 6 a 0 foram vistas coisas raras” e admitiu que atletas receberam dinheiro pelo resultado.
“Isso foi escandaloso. Ou seja, eu penso que há um Deus e que Deus castiga. Creio que todos os que ganharam pegaram dinheiro…dos que falam que pegaram dinheiro, vários morreram e outros morreram para o futebol”, declarou.
Quiroga disse que desconfiava de Rodolfo Manzo, que era reserva e foi escalado de maneira surpreendente. Um ano depois do Mundial, o atleta foi anunciado como reforço do Vélez Sarsfield.
“Nessa partida atuaram jogadores que não haviam estado em nenhum outro jogo. Jogou Gorriti, que deu de presente o quarto ou o quinto gol, jogou Manzo, jogou Rojitas”, completou o ex-arqueiro.
Argentina foi beneficiada na Copa do Mundo
Em 1978, o país vizinho vivia uma das ditaduras mais sanguinárias da América do Sul. Como forma de melhorar a imagem do regime perante o mundo, os militares se empenharam pela realização do torneio junto à Fifa e contaram com a ajuda de João Havelange, então mandatário da entidade, para que esse desejo fosse concretizado.
Coincidência ou não, os ‘hermanos’, entraram em campo um pouco depois dos outros países na última rodada classificatória – as partidas deveriam ter sido iniciadas todas ao mesmo tempo para evitar que um ou outro time fosse beneficiado.
Ou seja, os argentinos jogaram já sabendo que precisariam golear para continuar na disputa. No jogo final da segunda fase, os peruanos, que tinham levado seis gols em toda a competição, sofreram o mesmo número de tentos em um só confronto diante de uma Argentina que precisava do resultado elástico para não ser eliminada.
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