Ex-jogador do Palmeiras de só 15 anos se destaca na Itália

Renato, um talentoso goleiro brasileiro de 15 anos, tem uma trajetória impressionante. Após passar por escolinhas da Internazionale e pela base do Jacuipense, chegou ao Palmeiras

No entanto, decidiu ir para a Itália acompanhar seu pai e escolheu o Bologna para continuar sua formação. Com personalidade, optou por clubes que valorizam o desenvolvimento técnico e a diversidade cultural, como o Red Bull Salzburg. 

Embora tenha sido convocado pela seleção italiana, Renato mantém suas opções em aberto, incluindo uma possível convocação para a seleção brasileira. Sua jornada promete mais conquistas no futuro.

Renato: a promessa ex-Palmeiras brilha nos gramados italianos

Com um percurso notável desde a conquista da Taça das Favelas na Bahia até o título nacional sub-14 na Itália, Renato, um talentoso goleiro brasileiro de apenas 15 anos, trilhou um caminho meteórico ao deixar o Brasil aos 11 anos para buscar seu espaço no futebol europeu. 

Com ascendência italiana por parte do pai e raízes brasileiras pela mãe, o jovem goleiro já acumulou uma impressionante quantidade de experiências em tão pouco tempo de vida e carreira, incluindo passagens pela renomada base do Palmeiras. 

Agora, suas esperanças se concentram no projeto do Bologna-ITA, onde tem a honra de ser treinado por ninguém menos que Gianluca Pagliuca, um dos maiores goleiros da história do futebol. 

Renato está determinado a seguir os passos de seu ídolo e tornar-se uma figura proeminente no cenário internacional do futebol, usando suas habilidades e paixão pelo esporte para alcançar o sucesso no Bologna e além.

Entrevista na íntegra com o jovem goleiro brasileiro do Bologna-ITA ex-Palmeiras

Como recebeu a oportunidade de ir para a Itália e por que decidiu encarar o desafio?

“Isso aconteceu em 2019, na época em que eu representava o Palmeiras. Meu pai recebeu uma proposta de trabalho aqui em Milão, e aí eu, junto com a minha família, viemos morar na Itália, onde a Inter já me conhecia muito bem (por conta da escolinha em Salvador). 

“Claramente eu tinha na minha cabeça que eu, com 11 anos, estava vindo para cá para jogar futebol e para encarar um grande desafio que é jogar na Europa, que era meu sonho”.

Você viajou para jogar em outro país antes mesmo de se formar como profissional. Como tem sido a adaptação tanto no campo quanto fora dele? Que dificuldades e facilidades tem encontrado?

“Fora de campo não tive dificuldades, até porque meu pai é italiano e eu já conhecia muito bem o país e a língua. A dificuldade, na verdade, foi talvez dentro de campo, em que eu tive que passar de um futebol profissionalizado do Brasil, em que as crianças de 11 anos já são muito desenvolvidas, enquanto em um país como a Itália, as coisas acontecem mais devagar”.

Participe agora do nosso grupo exclusivo do Whatsapp, Telegram ou acesse nossas comunidades.

“Por outro lado, a organização dos campeonatos é muito boa, cada criança de qualquer idade e qualquer estado tem seu próprio campeonato e torneios. Além do futsal, que está começando a se desenvolver aqui”.

Como foi seu início no futebol?

“A minha experiência no gol começou na Inter Soccer (escolinha da Inter), que abriu uma unidade perto da minha casa em Salvador e foi ali que eu disputei meus primeiros dois torneios importantes, entre eles a Dani Cup, na qual eu fui notado pelos principais olheiros do país, que eram do Fluminense, do Palmeiras, do São Paulo e do Santos

“Depois fui jogar na base do Jacuipense, porque tinha um grande preparador de goleiros, que foi muito importante na minha carreira, o Luciano Oliveira, que até hoje nas minhas férias, quando eu volto para o Brasil, eu procuro ele para treinar, para me manter em forma”. 

“Foi um ótimo preparador de goleiros. Aí que eu ganhei meu primeiro troféu, que é a Taça das Favelas, torneio muito importante e muito competitivo”.

Como foi esse salto da Taça das Favelas para o Palmeiras? De que forma você avalia sua passagem no Verdão, que hoje é considerado como a melhor categoria de base do Brasil?

“Depois da Taça das Favelas eu fui para o Palmeiras, em São Paulo, eu já conhecia o ambiente, porque mesmo estando em Salvador, eu ia treinar lá uma semana a cada dois meses e a minha passagem por lá foi muito importante, muito formadora para a minha carreira. 

“Isso porque eu tive um bom preparador de goleiro, que é o Rafael Carvalho, que me ajudou nessa experiência breve, mas que foi muito formadora para mim. Aprendi e me desenvolvi muito bem”.

Como foi sua passagem pela Internazionale?

“Passei três anos na Inter, sempre jogando na categoria acima da minha idade. O último ano foi particularmente complicado, porque eu comecei o campeonato sub-15 com os (nascidos em) 2007 jogando muito bem, mas infelizmente passei um mês afastado dos gramados por conta do coronavírus. 

“Depois disso, voltei ao ritmo de jogos, mas após alguns eu tive uma fratura no pé e fiquei mais dois meses afastado dos gramados, foi um período difícil. Depois eu consegui voltar a jogar ainda em tempo para terminar o campeonato nas fases finais, nas quais eu consegui fazer uma ótima campanha com o sub-14 e me tornei campeão italiano”.

Por que decidiu deixar a Inter e jogar pelo Bologna?

“Eu decidi recusar os muitos benefícios econômicos e o prazer de estar com a minha família aqui em Milão, recusei o projeto técnico da Inter por não acreditar nele e decidi ir para um clube mais formador, que estivesse mais interessado em valorizar e formar o jogador. 

“Vim para o Bologna, que tem uma escola de goleiros muito boa, liderada por Gianluca Pagliuca, que é um dos melhores da história do futebol. Então eu apostei nesse projeto técnico, que é muito mais importante nessa idade do que os benefícios econômicos”. 

“Por outro lado, estou longe da minha família, mas que sempre me apoiou nas minhas escolhas, sempre esteve ao meu lado. De qualquer forma, nesses três anos de Inter eu melhorei muito a minha bagagem técnica, conseguindo desenvolver muitas técnicas de goleiro”.

Aí no Bologna você pode contar com Pagliuca, que é um monstro sagrado do futebol mundial. Como tem sido essa convivência e o que tem aprendido com ele no clube?

“Pagliuca foi um dos melhores goleiros da história do futebol e ter ele como treinador é muito importante para mim, pois ele me ajuda muito, durante os treinos ele fica atrás do meu gol sempre me ajudando, me dando dicas sobre quando melhorar”. 

“Durante os jogos ele me dá um apoio muito grande com a presença carismática dele. É uma pessoa muito simpática, muito aberta, sempre disposta a ouvir a sua opinião e trabalhar. Com certeza é uma ótima figura”.

Com apenas 15 anos, você já tem toda essa experiência e muita história para contar, mas o que você planeja da carreira daqui pra frente? O que você sonha atingir no futebol?

“Com 15 anos, eu já tive muitas experiências e muitas oportunidades no futebol, inclusive após ter recusado o Inter e antes de ter assinado com o Bologna, eu tive a oportunidade de treinar uma semana no Red Bull Salzburg, que é uma das melhores divisões de base do mundo e também tive a oportunidade de conhecer a técnica de goleiros austríaca”. 

“Acredito muito nessa mistura de culturas de goleiros para sempre melhorar a minha bagagem. Por enquanto, meu objetivo no futebol é continuar nesse percurso fundamental que eu estou fazendo e conseguir colher tudo o que tenho plantado nesses anos, que foi muito esforço e muita dedicação, virando um goleiro profissional de alto nível”.

Você já teve convocações para seleção de base da Itália e tem sido monitorado pela Seleção Brasileira. Já tem na cabeça o que fazer quando (e se) tiver de optar por uma das duas? Ou ainda não pensou sobre isso?

“Claramente os dois países representam uma parte importante para mim. Sendo a Itália o país do meu pai, e o Brasil o país da minha mãe. 

“Porém, posso dizer que me sinto muito mais brasileiro, pois nasci em Salvador e passei a maior parte da minha vida por lá. Mas todo mundo sabe que o mundo do futebol é feito de oportunidades e quando chegar o momento, eu vou avaliar a situação e decidir o melhor para mim”.

Comentários estão fechados.