Tentaram enviar Flamengo para o espaço
Como bem lembrou o canal de TV paga ‘History’, a história sobre a cadelinha Laika, primeiro ser vivo a orbitar a Terra, é famosa no mundo inteiro. Mas, vocês sabiam que o Flamengo tentou ir para o espaço? Isso aconteceu um ano depois que a nave soviética Sputnik 2 fez história com a Pet, quando um gato – com o mesmo nome do clube rubro-negro – quase foi enviado em um foguete.
Tudo começou com o Coronel Manoel dos Santos Lage, professor da Escola Técnica do Exército (ETE), que foi um dos pioneiros nas pesquisas sobre foguetes no Brasil. Depois de atuar na área no fim da década de 1940, o militar foi enviado aos Estados Unidos para aperfeiçoar seus conhecimentos e retornou com diversos projetos de foguetes – um deles, o chamado ‘Gato Félix’.
Flamengo foi de pioneiro a piada após fracasso de projeto brasileiro ao espaço
Segundo a reportagem do ‘History’, no final de 1958, Lage liderou seu projeto mais ambicioso, o Foguete Sonda I BD 360, que ficaria conhecido como “Gato Félix”. Nele, seria possível levar uma carga útil de 30 quilos a uma altitude de 120 km – fazendo com que o Brasil figurasse no seleto grupo de países detentores de tecnologia espacial -, virando destaque na imprensa nacional rapidamente.
Nos meses seguintes, como já era de se esperar, a história deu o que falar. E a iminente ida de um gato brasileiro, chamado Flamengo, ao espaço ganhou uma grande cobertura da mídia. Afinal, o Sonda I levaria o primeiro ser vivo da América Latina ao espaço: em uma ogiva transparente seria abrigado um gato (dando origem justamente ao apelido do projeto). Em dezembro, porém, problemas surgiram.
Primeiro, entidades protetoras dos animais questionaram o envio do animalzinho ao espaço. A embaixada brasileira em Londres também começou a receber inúmeras reclamações. O sensacionalismo em torno disso, contudo, atrapalhou e muito os planos iniciais. Tanto é que, nos anos seguintes, o projeto virou motivo de piada e o gato Flamengo desapareceu das páginas dos jornais.
Comentários estão fechados.