No início do século 20, Luigi Cervo, Luigi Marzo, Vincenzo Ragognetti e Ezequiel Simone, motivados pelas vindas de Torino e Pro-Vercelli ao Brasil, decidiram fundar uma agremiação com raízes italianas na capital paulistana – muitas foram iniciadas na época, mas nenhuma conseguiu se firmar.
O estado de São Paulo contava com clubes de origem alemã, como o Germânia, e até escocesa, como o Wanders, porém nenhum representava a imensa massa de oriundi que vivia na terra da garoa.
Foi então que Ragonetti, um jornalista, publicou no jornal ‘Fanfulla’ uma carta convocando possíveis interessados na formação de uma nova agremiação.
No primeiro encontro realizado, houve muito debate quanto ao seguimento do clube, qual seria a sua finalidade principal. Uns queriam atividades culturais, enquanto outros queriam atividades esportivas.
Depois de algumas outras reuniões, no dia 26 de agosto de 1914, no extinto Salão Alhambra, que ficava localizado na antiga Rua Marechal Deodoro, nº 2 (atualmente Praça da Sé), foi fundado o Palestra Itália, na presença de 46 pessoas, sendo grande parte delas funcionárias das indústrias Matarazzo.
Em 1942 morreu o Palestra e nasceu o Palmeiras
“Morreu líder e nasceu campeão”, essa foi a frase que representou a mudança de nome da atual Sociedade Esportiva Palmeiras.
No ano de 1942, o governo Getúlio Vargas instituiu um decreto que proibia qualquer entidade de usar nomes relacionados aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), em razão da Segunda Guerra Mundial.
O Palestra Itália, então, sofreu forte pressão para mudar de nome e passou a se chamar Palestra de São Paulo, retirando o nome do país e mantendo a sua identidade, conforme o decreto governamental.
Contudo, a pressão continuou para que a palavra “palestra” fosse modificada – uma palavra grega, diga-se -, sob pena de perder seu patrimônio e ser retirado do Campeonato Paulista, competição que o clube liderava.
Nas vésperas da final do Paulistão, que seria realizada em 20 de setembro de 1942, a direção palestrina definiu a mudança de nome para Sociedade Esportiva Palmeiras.
O Palestra morreu antes da decisão do estadual para que o Palmeiras surgisse imponente e derrotasse o São Paulo na final. Foi a primeira de tantas taças na nova era de um dos maiores clubes do mundo.
