A emocionante fala de Ademir da Guia sobre a Copa do Mundo de 1974

Ademir da Guia falou abertamente a respeito da Copa do Mundo de 1974. O único Mundial para o qual foi convocado e, ao mesmo tempo, no qual acabou sendo injustiçado. Em entrevista ao jornalista Cosme Rímoli, o melhor jogador da história do Palmeiras afirmou que foi vítima do bairrismo de Zagallo naquele Mundial.

“Se eu fui injustiçado na Seleção? Na Copa do Mundo de 1974, sim. Naquele tempo havia muito bairrismo. O Brasil era dividido entre cariocas e paulistas. O Zagallo sempre trabalhou no Rio. Ele me pôs para disputar a vaga com o Rivellino. Ele poderia jogar mais aberto na esquerda e eu jogar. Mas aí teria de mexer com o Paulo César Caju ou com o Dirceu. Dois jogadores identificados com o futebol carioca”, disse Ademir.

O Divino ganhou uma única oportunidade de entrar em campo na Copa, na disputa do terceiro lugar, diante da Polônia. Ainda assim, o Velho Lobo o tirou na metade do segundo tempo. Sem ele no gramado, o desempenho do selecionado canarinho piorou e pouco depois Lato garantiu a vitória polonesa por 1 a 0.

“Só joguei contra a Polônia, na decisão do terceiro lugar. E o time estava indo muito bem, quando o Zagallo me tirou. E o Brasil perdeu”, acrescentou a lenda palmeirense, relembrando a injustiça sofrida com a camisa amarelinha.

Ademir da Guia era inegociável no Palmeiras

Se na Seleção as coisas não deram certo, no Verdão foi o contrário. Ademir fez carreira vestindo o manto palestrino e se consolidou como o maior jogador de futebol que já passou pelo clube. E muito disso se deve aos presidentes alviverdes, que não aceitaram negociá-lo de jeito nenhum, mesmo diante de propostas.

“Por que não saí do Palmeiras? Porque todos os presidentes me disseram que eu era inegociável. Soube que surgiram várias propostas. Mas eu era inegociável, sabe o que é isso? E eu era muito feliz no Palmeiras”, contou o Divino.

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