Palmeiras faz B.O. após suposto caso de racismo
No dia 7 de novembro, o Tribunal de Justiça Desportiva do Basketball do Estado de São Paulo avaliará a denúncia feita pelo Palmeiras contra o Mogi das Cruzes. O motivo é a suposta falta de ação por parte do Mogi em um caso de racismo ocorrido durante uma partida de basquete sub-18 entre as duas equipes, realizada no ginásio Hugo Ramos, em 27 de setembro, válida pelo Campeonato Paulista.
O incidente em questão envolveu o jogador camaronês do Palmeiras, Rahim Mouaha, que alega ter sido alvo de comentários e gestos racistas por parte de um torcedor do Mogi no último quarto do jogo. O Mogi das Cruzes, na época, se manifestou nas redes sociais, lamentando o ocorrido, mas negando que as ações do torcedor tivessem conotação racista. O clube chegou a apresentar um vídeo analisado por um perito contratado por eles para embasar sua posição.
Entretanto, o Palmeiras foi além, informando que apresentou denúncias à Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Basquete. As denúncias não se limitaram ao Mogi; também foram direcionadas aos árbitros que atuaram na partida, alegando que eles não tomaram as devidas providências diante do incidente. Adicionalmente, Rahim Mouaha registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI).
Boletim de ocorrências de suposto caso de racismo
O Departamento Jurídico do Verdão apresentou à Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Basquete uma notícia de infração disciplinar, a fim de solicitar que sejam denunciados o Clube Mogi Basquete e os árbitros que trabalharam na partida entre Mogi e Palmeiras, realizada em 27 de setembro, pelo Paulista Sub-18.
No último quarto desta partida, um torcedor da equipe de Mogi endereçou palavras e gestos de cunho racista ao atleta Rahim Arsene Mouaha, do Palmeiras. Ao se posicionar para a cobrança de lances livres, Rahim, que é camaronês com cidadania brasileira, é chamado de “macacão”. Em seguida, o mesmo torcedor que xinga o jogador palmeirense faz gestos e movimentos imitando um macaco, como fica claro em vídeos disponibilizados no YouTube. Lamentavelmente, por influência desta conduta racista, é possível escutar ao fundo a voz de uma criança dizendo: “Bora, macaquinho, vai”.
O Palmeiras pede que o Mogi seja denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva – 191 (deixar de cumprir obrigação legal) e 213 (deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto).
Solicita também que a Procuradoria apresente denúncia contra os árbitros da partida, que se recusaram a paralisar o jogo até que o torcedor fosse identificado e retirado do ginásio – além disso, eles foram negligentes na elaboração da súmula do duelo, deixando de relatar os fatos ocorridos. O clube pede que os árbitros sejam enquadrados nos artigos 266 (deixar de relatar as ocorrências disciplinares da partida, de modo a impossibilitar ou dificultar a punição de infratores) e 267 (deixar de solicitar às autoridades competentes as providências necessárias à segurança de atletas ou deixar de interromper a partida, caso venham a faltar essas garantias).
Além disso, Rahim registrou boletim de ocorrência na DECRADI (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) a fim de que o autor das ofensas de cunho racista seja identificado e posteriormente investigado por crime de racismo – lei 7.716/89: “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional
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