Palmeiras acerta as contas com Leila e Paulo Nobre e deve metade que o Corinthians

A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, implementada em conjunto com o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), surgiu em 2015 como uma medida para solucionar as dívidas dos clubes de futebol no Brasil.Times como o Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo entre outros utilizam o programa. 

Entretanto, após sete anos de sua implementação, os resultados obtidos foram aquém do esperado. Conforme o artigo do UOL Esporte, a redução do endividamento das agremiações foi de apenas 10%, quando considerados os valores corrigidos pela inflação, e a diminuição do débito tributário foi ainda menor. 

A situação chegou a um ponto em que algumas agremiações em dificuldade tiveram que recorrer às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) como uma alternativa para resolver suas questões financeiras.

Clubes acumulam R$ 1,571 bilhões, Palmeiras apenas R$ 451 milhões

No levantamento realizado pela consultoria EY, os principais clubes de futebol do Brasil encerraram o ano de 2022 com uma dívida líquida de R$ 11,3 bilhões. E

sses números representam uma redução de apenas 10% em relação ao montante de R$ 12,7 bilhões registrado na época da implementação do Profut, quando corrigidos pela inflação medida pelo IPCA.

Analisando detalhadamente as dívidas, o relatório da EY revela que os clubes acumularam um débito tributário de R$ 3,758 bilhões até o final de 2022. Essa cifra representa uma queda de apenas 4,6% em relação ao valor corrigido pela inflação desde 2015.

Alguns clubes, como o Corinthians, ultrapassaram a marca de R$ 500 milhões em dívidas com o governo, uma vez que voltaram a não pagar impostos após aderirem ao Profut. 

Nos últimos dois anos, muitas agremiações abandonam o Profut em favor de outro programa chamado Perse, que oferece condições mais favoráveis. No entanto, essa troca leva a novos perdões de multas, e mesmo assim o saldo devedor continua aumentando.

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Esses dados destacam as dificuldades enfrentadas pelos clubes brasileiros na gestão de suas finanças e no cumprimento das obrigações fiscais, mesmo diante dos programas de renegociação e refinanciamento existentes.

Clubes recorrem às SAFs 

Clubes como Cruzeiro, Vasco e Botafogo precisaram recorrer às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), vendendo parte de seus direitos econômicos a investidores, a fim de negociar suas dívidas tributárias. 

Além disso, um levantamento da EY revela que os clubes brasileiros aumentaram suas dívidas por meio de empréstimos.

O débito com empréstimos totaliza R$ 2,864 bilhões, representando um crescimento de R$ 765 milhões desde 2015, quando considerados os valores corrigidos pela inflação. Apenas o Atlético-MG acumula uma dívida em empréstimos superior a R$ 800 milhões.

Apesar das medidas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que buscavam controlar a gestão dos clubes, o cenário financeiro das agremiações continuou desafiador.

As restrições de antecipações de receitas e a obrigação de redução do déficit até 5% da receita em 2019 não foram suficientes para evitar sucessivos resultados financeiros negativos. 

Além disso, a exigência de manter em dia os pagamentos de salários e direitos de imagem também foi sistematicamente descumprida pelos clubes. 

Essa realidade evidencia as dificuldades enfrentadas na implementação efetiva da Lei e a necessidade de buscar soluções mais eficazes para a gestão financeira dos clubes esportivos.

Lista de dívidas líquidas

  • Atlético-MG – R$ 1,571 bilhão;
  • Cruzeiro – R$ 1,181 bilhão;
  • Botafogo – R$ 1,040 bilhão; 
  • Corinthians – R$ 927 milhões; 
  • Vasco – R$ 679 milhões; 
  • Fluminense – R$ 678 milhões; 
  • Internacional – R$ 653 milhões; 
  • São Paulo – R$ 587 milhões; 
  • Santos – R$ 540 milhões; 
  • Grêmio – R$ 518 milhões; 
  • Palmeiras – R$ 451 milhões; 
  • Red Bull Bragantino – R$ 301 milhões;
  • Guarani – R$ 292 milhões;
  • Bahia – R$ 284 milhões; 
  • Athletico-PR – R$ 281 milhões; 
  • Flamengo – R$ 254 milhões;
  • Sport – R$ 246 milhões; 
  • Coritiba – R$ 236 milhões.

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