Raphael Veiga diz que não irá julgar atletas envolvidos no esquema de apostas
Apesar da euforia pela vitória por 4 a 1 sobre o Grêmio, Raphael Veiga comenta sobre a Operação Penalidade Máxima II. Atualmente este escândalo tem sido amplamente discutido nos meios de comunicação, afetando o cenário do futebol brasileiro A investigação é conduzida pelo Ministério Público de Goiás.
Com a expressiva vitória no Allianz Parque, pela 5ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, o técnico Abel Ferreira também foi abordado sobre o assunto durante a entrevista coletiva.
Raphael Veiga e Abel reforçam a transparência no futebol
“O futebol é maior que todas as polêmicas. O futebol sobreviveu a tudo, e vai continuar sobrevivendo. O que eu posso dizer, porque também não quero me prolongar muito, é: lamentável, mas o futebol é isso que vocês assistiram aqui. Para mim, isto que é futebol. Todo o resto… acredito que as entidades competentes, de excelência, farão seu trabalho. Vamos deixar os responsáveis apurarem”, apontou o técnico.
Na zona mista, tanto Luan quanto Raphael Veiga também foram indagados sobre o escândalo. Ambos o zagueiro e o meio-campista foram enfáticos em expressar sua total desaprovação em relação aos casos de manipulação.
“Nunca vou fazer. Só isso que tenho para falar. Esse é meu caráter, foi isso que aprendi. Futebol é o sonho da minha vida, a paixão da minha vida. Eu não me trairia a esse ponto, entende? Não julgo ninguém, cada um tem a sua realidade, suas escolhas. Mas como falei antes: nunca fiz, nunca farei e não concordo também”, disse Luan.
“Nós, jogadores, conversamos. É uma situação delicada. A gente conversou, eu acompanhei, sim, o que está saindo. Tenho princípios, valores e coisas que não negocio. Para mim, é uma parada que eu não gosto. Não faço, não curto. Não vou ficar aqui apontando o dedo, não vou julgar ninguém, mas eu, Raphael, naquilo que acredito, não gosto e não faço”, afirmou Veiga.
Operação Penalidade Máxima II
A investigação da “Operação Penalidade Máxima” descobriu a participação de grupos criminosos que persuadiram jogadores com propostas financeiras de até R$ 100 mil para realizarem ações pré-determinadas durante os jogos, visando favorecer os apostadores em plataformas de apostas esportivas.
Um jogador recrutado poderia ser orientado a seguir instruções específicas, como cometer um pênalti, receber um cartão ou influenciar o resultado da partida, frequentemente resultando em uma derrota para sua própria equipe.
No final de 2022, surgiram as primeiras acusações quando o volante Romário, jogador do Vila Nova (GO), foi aliciado com uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, durante um jogo da Série B do Campeonato Brasileiro. Contudo, os planos foram frustrados, uma vez que o jogador não foi escalado para participar da partida.
O presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que também é policial militar, encontrou evidências relacionadas ao escândalo e as entregou ao Ministério Público. Isso levou à criação da operação “Penalidade Máxima” para investigar as suspeitas e provas envolvendo o caso.
Inicialmente, as suspeitas de manipulação de resultados se concentravam em três jogos da Série B. No entanto, com os desdobramentos recentes, os investigadores passaram a acreditar que o problema era mais abrangente, estendendo-se ao nível nacional e envolvendo também campeonatos estaduais e a primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participação no esquema de manipulação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Operário-PR).
Como manipulavam as partidas
Os atletas e demais envolvidos suspeitos estão sendo investigados por manipulação em diversas formas, tais como:
- Recebimento de cartões amarelos ou vermelhos propositadamente.
- Cometer pênaltis intencionalmente.
- Contribuir para uma derrota parcial no primeiro tempo.
- Manipulação do número de escanteios durante a partida.
Resumo da Operação Penalidade Máxima II
- Não houve prisão de jogadores, apenas de indivíduos envolvidos nos pedidos de manipulação.
- Três mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo, porém, nenhum deles era direcionado aos jogadores.
- Durante uma das prisões em São Paulo, foram apreendidas granadas de efeito moral, enquanto em outro endereço foram encontradas armas de fogo. No mesmo local, também foi feito um flagrante por posse ilegal de armas.
- Os jogadores envolvidos ou aqueles que os recrutaram podem ser indiciados conforme as leis do Estatuto do Torcedor e podem enfrentar acusações relacionadas à lavagem de dinheiro, se aplicável.
- Segundo o Estatuto do Torcedor, a pena para esses crimes varia de 2 a 6 anos de prisão.
Jogos que estão sob investigação na Série A:
- Palmeiras x Juventude.
- Juventude x Fortaleza.
- Goiás x Juventude.
- Ceará x Cuiabá.
- Red Bull Bragantino x América-MG.
- Santos x Avaí.
- Botafogo x Santos.
- Palmeiras x Cuiabá.
Jogadores investigados:
- Eduardo Bauermann (Santos).
- Gabriel Tota (Ypiranga-RS).
- Victor Ramos (Chapecoense).
- Igor Cariús (Sport).
- Paulo Miranda (Náutico).
- Fernando Neto (São Bernardo).
- Matheus Gomes (Sergipe).
Jogadores citados no processo:
- Vitor Mendes (Fluminense).
- Richard (Cruzeiro).
- Nino Paraíba (América-MG).
- Dadá Belmonte (América-MG).
- Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino).
- Moraes Jr. (Juventude).
- Nikolas Farias (Novo Hamburgo).
- Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria).
- Nathan (Grêmio).
- Pedrinho (Athletico-PR).
- Bryan García (Athletico-PR).
Quem são os apostadores e membros da organização:
- Bruno Lopez de Moura.
- Ícaro Fernando Calixto dos Santos.
- Luís Felipe Rodrigues de Castro.
- Victor Yamasaki Fernandes.
- Zildo Peixoto Neto.
- Thiago Chambó Andrade.
- Romário Hugo dos Santos.
- William de Oliveira Souza.
- Pedro Gama dos Santos Júnior.
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